Mudanças Socioeconômicas e Socioespaciais no ERJ No Contexto da Nova Inserção Internacional do Brasil – Doutorado
Linha de Pesquisa: Planejamento e Desenvolvimento Regional
Descrição: Consiste na análise do processo de retomada do crescimento econômico do estado do Rio de Janeiro – ERJ no contexto do novo perfil de inserção do Brasil na economia internacional, focando na economia do petróleo estadual.
A exploração e produção – E&P do petróleo iniciou-se na Bacia de Campos em 1978, na Região Norte Fluminense – NF, grande produtora de cana de açúcar, na virada do século XIX para o século XX, até às décadas de 1970/80, quando entrou em franca decadência.
A implantação do Complexo de E&P na região anunciava a reversão do quadro socioeconômico. No entanto, a concentração das instalações do Complexo e o volume de postos de trabalho criados no município de Macaé, sem que houvesse implantação de unidade da cadeia de beneficiamento, a jusante, ou de indústrias, a montante, limitou os benefícios regionais do Complexo, ao mesmo tempo em que os impactos ambientais e urbanos trouxeram novos e agravaram antigos problemas, persistindo o desemprego e o subemprego, a periferização e a favelização, convivendo com um pujante mercado de trabalho especializado nas atividades do Complexo. Os benefícios territoriais foram limitados e a renda concentrada em poucos segmentos ligados diretamente aos serviços, à produção e às atividades urbanas.
A segunda fase do ciclo regional do petróleo, quando cinco municípios do NF e cinco outros das Baixadas Litorâneas – BL foram contemplados com a maior parte da elevação das rendas petrolíferas regionais, permitiu a expansão da rede urbana e de infraestrutura. Todavia, persistiu o problema da ausência de diversificação produtiva. Somando-se a isso à perspectiva de ampliação do Complexo, a região se tornou atrativa para instalações de logística portuária e de infraestrutura de logística e apoio às atividades offshore. Novos e Grandes Investimentos começaram a aportar na região em outros municípios.
A retomada do crescimento da economia fluminense, na segunda metade da década de 1990, passou a ter, na indústria e no interior do estado, sua locomotiva. Respondem, preponderantemente, por esse movimento, a indústria extrativa do petróleo, a siderurgia, a indústria naval e metalomecânica, a indústria automotiva e a petroquímica e a infraestrutura de circulação. Mais recentemente, os investimentos voltados para os grandes eventos internacionais no município do Rio de Janeiro deram impulso à economia da capital. Ainda assim, o estado continua fortemente dependente da economia petrolífera, e sua principal indústria é a extrativa, de petróleo e gás.
O Complexo de E&P da Bacia de Campos expandiu-se territorialmente em duas direções: pelas BL, com instalações de empresas fornecedoras de bens e serviços e de infraestrutura urbana e de logística, em direção ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro – RMRJ, e ao próprio município do Rio de Janeiro, de um lado; e, do outro, para cima de Macaé, ainda no NF, com a implantação dos Complexos Industriais e de Logística Portuária Farol-Barra do Furado, na divisa de Campos e Quissamã; e do Açu, em São João da Barra.
Esse novo momento do ERJ requer esforços de pesquisa capazes de conhecer as particularidades, especificidades e características locais, do seu perfil e das suas possibilidades de transformação, com vistas ao aproveitamento de oportunidades de diversificação econômica, integração territorial e social, inclusão de periferias segregadas, interação setorial, interurbana e inter-regional, às escalas meso, micro e municipal.
Metodologia: A linha prevê a revisão bibliográfica sobre a dinâmica regional recente do desenvolvimento brasileiro e do ERJ, com ênfase na inflexão a partir da segunda metade da década de 1990; do papel da indústria do petróleo na economia do ERJ e dos desafios do planejamento do desenvolvimento do ERJ. São realizados trabalhos de campo; levantados dados primários do IBGE e dados secundários de diversas fontes incluindo o DataUCAM, banco de dados sobre o ERJ, com recorte regional e municipal, do mestrado em Planejamento Regional e Gestão da Cidade – MPRGC.
Docentes:
José Luis Vianna da Cruz
Rodrigo Machado Vilani
Eduardo Shimoda